A resiliência é a força que habita no âmago do ser humano que o impulsiona na busca e conquista da própria capacidade de superar todo e qualquer obstáculo, principalmente o “encarceramento” que ele próprio se permite: da alma.
Viktor Frankl com sua experiência no campo de concentração conseguiu, em um ambiente de dor, crueldade... barbárie no desespero do momento em que a única saída seria a “morte imposta” pelo terror nazista, encontrar no pulsar da vida e do amor pela vida a transcendência sobre as trevas. Além do seu testemunho e de tantos outros cito uma demonstração deste sentido no belíssimo, poético e verdadeiro filme “A Vida é Bela” em que o pai, para que o filho pequeno não vivenciasse esta obscuridade e sofresse, utilizou toda a sua alegria pelo viver para que em meio ao caos a criança pudesse alimentar-se, no lúdico, da arte de jamais perder o real sentido da existência que é a “fé”.
A fé, que é este sopro vital doado por Deus na gratuidade da caridade, é que permite ao homem perceber, escutar, refletir, aprender, escolher, agir, mas essencialmente, respirar a pureza que não endurece o coração, a contemplar para sentir a sinfonia da diversidade que habita no seu interior para levar a compreensão destas diferenças em sua integralidade no outro, no mundo, na Criação já que uma única nota não consegue compor uma música harmoniosa.
Esta é a busca pelo sentido da vida: desconstruir-se para construir, ver o invisível, compreender o incompreensível, transformar o impossível, edificar o destruído e transcender o que, na natureza humana parece intransponível, inatingível.
No silêncio se consegue entoar a vitória que vibra como centelhas divinas no indivíduo para tornar-se a chama abrasadora que jamais permitirá a pessoa ficar no vazio da existência, mas a preenchê-la no encontro de diferentes identidades na liberdade de ser e existir.