Victor Emil Frankl nasceu em Viena em 26/03/1905 sendo o segundo filho de três crianças. Passou, com sua família, por grandes dificuldades na Primeira Guerra Mundial o que não lhe impediu de estudar, tornando-se Doutor em Medicina e Psiquiatria, atuando nas áreas de Neurologia e Psiquiatria na Universidade de Viena e de Logoterapia na Universidade Internacional da Califórnia, instituindo esta abordagem através das bases conquistadas à teoria com sua experiência no campo de concentração na Segunda Guerra Mundial, que o fez lançar o livro Em Busca de Sentido – um Psicólogo no campo de concentração - denotando toda a sua capacidade de resiliência em meio à dor, ao caos, ao vazio existencial encontrando, na espiritualidade, a contemplação do real sentido da vida e do viver.
A Logoterapia conhecida como a terceira Escola Vienense de Psicoterapia – as duas anteriores são, na ordem, a Psicanálise de Freud e a Psicologia Individual de Adler – é uma análise existencial-humanística que através da sua antropologia busca ter uma dimensão holística do homem para que este possa resgatar sua dignidade ou a fortalecer através do autoconhecimento, da percepção do outro e da arte de viver tanto nas alegrias quanto nos sofrimentos praticando a capacidade de liberdade na transcendência. Assim a teoria, em suas próprias palavras, “concentra-se no sentido da existência humana, bem como na busca da pessoa por este sentido".
Através do seu testemunho ficou conhecido mundialmente por focar na essência humana e complementá-la restituindo o seu conceito na visão bio-psico-espiritual para que a “busca de sentido seja resolvida” sendo autor de 32 livros em diversos idiomas, incluindo o chinês, japonês e russo, além de várias Conferências para mais de 200 Universidades inclusive no Brasil em 1984 tendo publicações a seu respeito por outros autores (151 escritos). Faleceu em 02 de setembro de 1997.
Atualmente há Institutos Frankl de Logoterapia nos seguintes países: Argentina, Austrália, Áustria, Brasil, Canadá, Israel, Itália, Peru, Porto Rico, África do Sul, Suécia e Estados Unidos.
Psicóloga Vivian Maria Felice Moreno - CRP 05.20012
A obra de Frankl é relativamente pouco conhecida nos países de língua portuguesa e é comumente ignorada pelas principais correntes da psicanálise (como Sigmund Freud, Alfred Adler e Jacques Lacan).
De uma forma prática e simples assim diferenciava a Psicanálise da Logoterapia: Na psicanálise, o paciente tem de deitar-se num divã e contar coisas que, às vezes, são muito desagradáveis de serem contadas. Pois na logoterapia o paciente pode ficar sentado normalmente, mas tem de ouvir coisas que, às vezes, são muito desagradáveis de serem ouvidas.(in Sede Sentido, São Paulo: Quadrante, 1999).
O fundador da Logoterapia (também chamada de "Terceira Escola Vienense da Psiquiatria"), adotou um certo distanciamento de Freud no que se refere à etiologia sexual das neuroses e também no que se refere à religião. Frankl considera que a neurose individual poderia ser, em alguns casos, a expressão da recusa da espiritualidade.
Segundo Frankl, existiria no ser humano um desejo e uma vontade de "sentido". Ele percebeu que seus pacientes não sofriam exclusivamente de frustrações sexuais (Freud) ou de complexos como o de inferioridade (Adler), mas também do que reputa ser o vazio existencial.
Para o analista, a neurose revelaria antes de mais nada um ser frustrado de sentido, o que o levou a concluir que a exigência fundamental do homem não é nem a emancipação sexual, nem a valorização do self, mas a "plenitude de sentido". Segundo Frankl, a compensação sexual não seria nada além de um Ersatz para com a falta de sentido existencial. Por isso, conclui, o terapeuta não pode negligenciar a espiritualidade do analisado e a logoterapia passa a estar centrada no inconsciente espiritual, mais do que nas pulsões.
No vídeo destacado neste artigo, vemos uma entrevista na qual Victor Frankl reflete o porquê de algumas pessoas serem capazes de suportar sofrimentos e outras não, e apresenta uma fórmula matemática sobre o desespero.